Em
 seu  último livro O Símbolo Perdido, o escritor Dan Brown, faz 
referência ao "líquido respirável", onde o principal personagem Robert 
Langdon,  após ficar várias horas dentro de um tanque cheio de um 
líquido é retirado do tanque vivo porque o líquido em que se encontrava 
era "respirável".
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria,
 um grupo de substâncias chamados de perfluorocarbonos (PFCs) tornaria 
possível a respiração artificial que utiliza um líquido, e não o ar, 
para trocas gasosas (ventilação líquida). Peixes respiram eficientemente
 através de líquidos, porque suas vias respiratórias são unidirecionais 
(entrada pela boca e saída pelos opérculos) e suas guelras são próprias 
para extrair pequenas quantidades de oxigênio dissolvidas na água. O 
aparelho respiratório humano, entretanto, não tem estas propriedades e 
necessitaria de um líquido capaz de carregar grandes quantidades de 
oxigênio. Os PFCs carregam 50 a 70 vezes mais  oxigênio que a água, não 
são absorvidos pelo organismo, nem interferem nas substâncias vitais 
presentes nos pulmões.
 
Segundo a  revista Ciência Hoje vol. 44, nº 260,
 as primeiras pesquisas surgiram em 1962, quando o fisiologista Johannes
 A. Kylstra (1925-2008), nascido na Indonésia,  demonstrou, na 
Universidade de Buffalo, Estados Unidos, que ratos cujos pulmões tinham 
sido preenchidos por um tipo de solução salina oxigenada podiam ter uma 
sobrevida  de até 18 horas quando submersos em altas pressões, 
semelhantes às das regiões fundas dos oceanos. Na mesma década, o 
fisiologista e bioquímico norte americano Leland C. Clark Jr. 
(1918-2005) e o bioquímico tcheco naturalizado norte americano Frank 
Gollan (1910-1988), testaram um novo líquido, denominado 
perfluorocarbono  que havia sido desenvolvido durante a Segunda Guerra 
Mundial no âmbito do Projeto Manhattan. No artigo que publicaram em 1966
 na revista Science, Clark e Gollan sustentavam que aquele líquido era 
um excelente meio de transporte para o oxigênio e o gás carbônico. 
Quando os pulmões de ratos e gatos eram inundados por esses gases, eles 
observavam que os animais podiam respirar em meio líquido por um período
 de até 20 horas, voltando em seguida a respirar com sucesso o ar 
ambiente. 
Esse é considerado o marco inicial da ventilação líquida com PFCs. Os perfluorocarbonos são líquidos derivados dos fluorocarbonetos, muito semelhantes a hidrocarbonetos cujas moléculas de hidrogênio foram substituídas por moléculas de flúor.
Com
 características semelhantes às da água, são incolores, inodoros e 
insípidos. São quimicamente estáveis, têm baixa tensão superficial e sua
 densidade é maior que a da água. São excelentes carreadores de gases 
como hidrogênio, oxigênio, nitrogênio e dióxido de carbono. Relatos 
preliminares revelam que o perfluorocarbono pode ser utilizado com 
segurança em humanos. Apesar dos inúmeros avanços ocorridos na 
utilização da ventilação líquida, seu emprego ainda é limitado por 
diversos fatores, destacando-se entre eles o elevado custo. Sua 
utilização está restrita a poucos centros de pesquisa, especialmente nos
 Estados Unidos e no Canadá.  
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