Em uma vitrina, um sapato vermelho, de  salto alto, não faz muita diferença para um homem. Mas, se ele estiver  nos pés de uma mulher, provavelmente despertará o desejo dele. Culpa do  fetiche, uma das principais armas da sedução. Algo simples e capaz de  fazer uma enorme diferença.
Fetiche é a adoração por uma parte do  corpo ou por objetos relacionados a ele. A combinação descrita acima é  clássica, mas poderiam ser infinitas. Homens adoram bundas e seios, mas  talvez os venerem ainda mais se estiverem com uma calcinha ou um sutiã  sensuais. Saia e bota costumam formar outro par perfeito. Até as atuais  calças legging fazem enorme sucesso no universo masculino.
Os objetos, sozinhos, são simples  objetos. É quando estão no corpo de uma mulher que se tornam uma arma.  Ou, ainda, se são de uma mulher. Um vestido da namorada, deixado na cama  do namorado, pode ser cheirado e adorado. Faz a conexão com a pessoa  que não está ali.
Sigmund Freud foi um dos primeiros a  falar em fetiche relacionado ao sexo. De acordo com o professor de  Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Carlos  Augusto Monguilhott Remor, o pai da psicanálise dizia que o termo se  referia a uma visão estritamente masculina.
Mas nem todos concordam com Freud. No livro Fetiche - moda, sexo e poder,  a americana Valerie Steele defende que os homens têm, sim, fetiches com  frequência duas vezes e meia maior do que as mulheres. Isso não  significa, diz a autora, que elas estejam menos interessadas, mas  parecem não desejar os objetos com a mesma intensidade.
— O homem é mais visual, costuma olhar  e fantasiar. Já as mulheres costumam sentir-se atraídas por aqueles que  usam uma roupa diferente, como um uniforme de bombeiro, de marinheiro  ou um terno, todos muito sensuais — diz a sexóloga e psicóloga Lucimar  Secches, que tem consultório em Florianópolis e São Paulo.
Todos os especialistas concordam em um  ponto: desde que o fetiche não seja a única condição para obter prazer  sexual, ele faz bem.
— É uma prática importante quando  compartilhada pelo casal. Na verdade, qualquer fantasia é boa. Tudo é  bem-vindo desde que a relação seja saudável — comenta a sexóloga  Lucimar.
O técnico de informática Bruno Fimi,  22 anos, sabe o que é isso. Certa vez, chegou em casa, abriu a porta do  quarto e viu sua namorada cercada por velas, usando calcinha, cinta-liga  e sutiã rosa.
— Eu não pensei duas vezes, só queria saber dela. Com o tempo, tirei a calcinha. O resto ficou.
Fetiche sim, obsessão não!
O homem vê a mulher com aquela  calcinha vermelha e pequena que ele adora. Ela tira a roupa íntima,  devagar, e a joga para o lado. Se o homem preferir a calcinha à mulher, é  bom ficar atento. É o momento que o fetiche, presente em maior ou menor  grau em todas as pessoas, passou dos limites e virou obsessão.
O exemplo acima, fictício, foi dado  pelo professor de psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina  (UFSC), Carlos Augusto Monguilhott Remor, para explicar o risco da  prática.
— O fetiche é um  estímulo, um plus. Tudo o que pode ser usado para estimular a relação é  bom. O problema é quando se substitui a pessoa amada por um objeto.  Então, é hora de repensar. Quando o fetiche prejudica, quando há  reclamações, ou quando a pessoa só se satisfaz com este objeto, é hora  de buscar ajuda.
A sexóloga Lucimar Secches faz um alerta semelhante:
—  Quando a única forma de obter prazer é a atração pelo objeto, a  situação se torna uma obsessão. Se ele não consegue ter desejo com a  penetração, o fetiche torna-se um limitador — afirma.
Essa obsessão pode gerar situações  estranhas, como é o caso do americano Chad W. Dawson, 32 anos. Em março,  ele foi preso por tentar roubar calcinhas em uma casa de Ohioville,  Pensilvânia.
Dawson se mostrou envergonhado, mas disse querer ajuda para tratar seu fetiche.— Eu quero falar com um médico para saber que tipo de ajuda eu preciso.
Suspiros no front
Símbolo de sensualidade com uma pitada  de ingenuidade, as pin-ups representam o que pode ser um fetiche. Numa  época em que mostrar as pernas era atentado ao pudor, as figuras em  poses banais faziam os soldados americanos sonharem no campo de batalha  durante a 2ª Guerra.
Definição convencional
A palavra fetiche vem do francês fétiche, que por sua vez é um empréstimo do português “feitiço” cuja origem é o latim facticius "artificial, fictício". Os fetiches mais comuns são os pés, os sapatos (como sandálias e botas) e a roupa íntima feminina.
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