Resolvi fazer uma pesquisa (no final de
março deste ano) com meus alunos. Várias das perguntas tinham que ver
com a utilização do tempo, a pré-disposição para estudar, entre outros
assuntos. Não vou colocar todos os resultados, mas apenas destacar
alguns deles que nos ajudarão a desvendar estes 7 passos para a
vagabundice. Creio que alguns alunos são exemplos ideais para este
assunto, pois como estou na frente de batalha (sala de aula) posso
afirmar que a grande maioria cumpre pelo menos alguns destes passos (se
não todos).
Vamo ao que interessa:
PASSO 1 – Pense sempre em você e apenas no seu bem estar.
Se o vagabundo tivesse um verso ou uma
frase de impacto para sua vida, seria esta. Esta é a regra primordial:
deseja ser vagabundo? Comece pensando em você, viva pensando em você e
morra fazendo apenas por você. Se descumprir esta regra, poderá acabar
perdendo o foco da vagabundice e ficará tentado a adotar uma filosofia
de vida mais empática…cuidado!
Vários alunos estão passando por esta
fase. Creio que estão aprendendo a viver. O triste é ver homens e
mulheres formados colocando esta filosofia de vida em prática.
PASSO 2 – Utilize-se de qualquer artifício para conseguir seu objetivo, independente da integridade moral.
Quando
você pensa apenas em si mesmo, começa a ter desejos. Portanto é hora de
conquistá-los. Corra atrás deles, passe por cima de quem precisar. É
nesta fase que entra bastante o “jeitinho brasileiro”. Os alunos também
se utilizam desta artimanha. Para você descobrir como está seu nível
neste passo comece a relembrar o tanto de desculpas que você dá para
outros. O brasileiro é o “rei” das desculpas – nunca assume seu erro – e
se o faz, sempre tem que lembrar da “caca” que o outro fez, culpando-o.
Você dá muitas desculpas e não tenta
corrigir seus erros? Fica falando dos erros dos outros e não tenta
atingir a eficácia em você mesmo? Parabens…você está se tornando um
vagabundo!
O
vagabundo que é vagabundo sabe muito bem a hora de cair fora. Se você
deseja ter uma vida de paz, tenha um bom plano para conseguir escapar na
hora certo: pode ser um atestado médico para emprego; uma desculpa
esfarrapada para descumprir um compromisso ou até mesmo mentir para não
realizar a tarefa.
O ser humano parece que nasce com esta
característica já de fábrica. Veja os nenês: eles dão aquele show para
se desvencilhar de alguma atividade imposta a força por outros. Os
alunos demonstram uma habilidade extraordinária em arranjar desculpas.
Você pode passar 120 anos dando aula que sempre verá um aluno dando uma
“nova” desculpa.
Se você quiser uma dica para este passo,
aí vai: tenha em mãos sempre alguém para culpar ou colocar como
responsável. Você pode até “elevar” a moral do cara para conseguir com
que ele faça o favor, conquanto que você escape, está tudo certo.
PASSO 4 – Aprenda a organizar seu tempo!
Você deve estar pensando:
– Mas como? Por que um vagabundo teria que saber organizar o tempo? Que maluquice é essa?
Bom, primeiramente vamos definir a
palavra ‘organização’ para um vagabundo: “Organizar é o fator que altera
o produto para acarretar mais tempo na soma entre 0 trabalho + vida
pessoal”. Portanto, o verdadeiro vagal precisa meditar, se
organizar para conseguir um verdadeiro desperdício de tempo. O trabalho
pode atrapalhar e os compromissos da vida pessoal também. Por estes
fatores é que a vagabundice se torna praticamente uma arte.
Se você quer ser um artista neste
sentido, invista tempo para se orgnanizar – priorize o nada, aí sim será
um ‘vencedor’.
O interessante é que muitos possuem esse
talento nato, são ‘artistas’ por natureza. Veja em sua volta e não vai
precisar procurar muito para encontrar pessoas que priorizam o nada, que
pensam na organização do tempo para a improdutividade (muitas vezes
isso pode acontecer de forma inconsciente - como acredito que acontece
com muitos alunos).
PASSO 5 – Tenha atitude
Outro ponto interessante de se notar
para conquista a eficácia na vagabundice é a atitude. Vou dar um
exemplo: Quando nós, professores, chegamos na sala de aula, qual é o
aluno que quer ter aula? Com certeza poucos. Mas coloque uma bola de
futebol, televisão, Big Brother, video game e outras coisas
interessantes mais na frente deles. Eles vão tirar fôlego e ânimo do
nada – vai aparecer uma chama que queima por dentro, seus olhinhos vão
brilhar e tudo vai parecer uma beleza. (diga-se de passagem que eu amo
dar aulas, apenas gosto de refletir sobre comportamento).
Aprender a não controlar estes
sentimentos (isso mesmo, aprender a não controlar) é fundamental, pois
assim você poderá deixar seus desejos de libertinagem livre, leves e
soltos para voarem como galinhas soltas de um avião.
PASSO 6 – Mantenha o ciclo
É
de extrema importância o vagabundo não perder o foco (já que o foco está
perdido mesmo, isso se torna fácil – mas é sempre bom avisar). Se esse
for seu desejo real, revise os 5 passos anteriores e sempre esteja
atento a todos os detalhes destas dicas. Pelo menos uma vez por semana
volte e reveja como você está indo.
PASSO 7 – Desfrute da vagabundice
Nada
melhor do que depois de conquistar um sonho, desfrutá-lo. Mas corra,
porque se você seguir todos estes passos corretamente, com certeza sua
vida será curta, com poucos amigos, saúde precária, muitos inimigos…mas
pense pelo lado ‘positivo’: você é um vagabundo.
1 comentários:
Faz tempo que sigo esses conselhos e hoje sou um completo vagabundo.
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